terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um dia comum de Leona Hagebak III: Detalhes

Olá!

Desculpem a demora. É que no momento estou trabalhando em cima de um texto para um projeto de light novel. Me desejem sorte!
Hoje, trouxe uma crônica da série "Um dia comum de Leona Hagebak". Espero que gostem ^^.

Boa leitura ^^!


Leona Hagebak: Detalhes

Trabalhar faz muito bem para a mente do ser humano, mas trabalhar demasiadamente também requer descanso. E, neste ponto, que assalariado não espera pelas tão desejadas férias? Não é diferente comigo. Principalmente quando podemos aproveitar as férias viajando para lugares que gostamos. E foi em uma dessas viagens que pude perceber detalhes curiosos.

De malas prontas, eu aguardava pela família de meu namorado na rodoviária. Mesmo sendo tarde da noite, era possível notar uma grande movimentação nas ruas, por conta das festividades de final de ano. E não era diferente dentro da rodoviária. Para aproveitar ao máximo os passeios, muitos escolhiam viajar à noite, transformando a cidade em uma verdadeira bagunça. No entanto, pouco me importava com esse fato, pois há muito tempo não viajava e estava bastante ansiosa.

Não precisei esperar muito. A família de meu namorado logo chegou para me buscar e, assim, seguimos viagem. Ao contrário da algazarra na qual a cidade se encontrava, o fluxo de veículos na estrada era tranquilo. Como era uma viagem consideravelmente longa, aproveitei para imaginar as atividades que faria no hotel fazenda. O tempo passa realmente rápido quando ocupamos nossa mente com algo.

No meio do caminho, fizemos uma parada em um autoposto com restaurante, onde comemos um salgado e tomamos um café.  O lugar era muito bom e a comida também, nos deixando satisfeitos para prosseguir viagem.

Porém, para a nossa surpresa, quando já estávamos a poucos quilômetros do nosso destino, encontramos uma fileira de carros parados. A princípio, achamos que, apesar do trânsito, a fila andaria. Vários minutos se passaram e os carros não se moveram nem um centímetro. Diante dessa situação, quase todos os motoristas desligaram o motor de seus carros. Muitos desciam de seus veículos e alguns se arriscavam a andar entre os carros parados à frente, na tentativa descobrir o que tinha acontecido. Infelizmente, a fila era muito extensa, deixando as pessoas que estavam presas no congestionamento curiosas. A única coisa que se podia fazer era esperar.

A viagem que ia tão bem, de repente, se tornou um transtorno. Principalmente depois de ver algumas ambulâncias e carros de resgate passando pela pista contrária. A certeza de que o trânsito fora causado por um acidente já nos preparava para ficarmos algumas horas ali parados. Com os minutos passando, o ambiente ficava totalmente escuro, com exceção aos faróis dos caminhões, que iluminavam, eventualmente, a vegetação local. Naquele momento comecei a pensar: "Que pena, estava tão perto... e agora parece tão longe!".

Em um momento, quando o tédio e o sono já se manifestavam pelo ambiente, procurei me distrair para sair daquela situação. Comecei a olhar pela janela, meio sem esperança, por algo que pudesse ser interessante. Fixei meus olhos no horizonte, tentando enxergar alguma coisa além das silhuetas das montanhas e das árvores... se pelo menos houvesse alguma luz, poderia ver um pouco mais do que manchas escuras – era o que eu acreditava.

Mas, observando atentamente, pude ver vários pontos brilhando no horizonte. Consequentemente, subi meus olhos, acompanhando os pontos de luz até onde o teto do carro me permitia. Lá, bem acima de minha cabeça, estavam milhares de estrelas, uma quantidade que nunca vi em toda minha vida. Aquela foi a primeira vez que percebi como o céu é enorme. Cutuquei meu namorado e apontei para cima. Sem entender, chegou mais perto da janela para ver e, animado, contou para o resto da família. Para nós, aquele era um momento raro: uma paisagem que não tinha a interferência da luz elétrica ou da poluição ofuscando o brilho natural do céu noturno.

Momentos depois, a pista voltava a se iluminar com os faróis, e o som dos motores começava a ser ouvido em toda a parte. Lentamente, o trânsito voltava a fluir e, alguns quilômetros depois, a velocidade da pista voltava ao normal.

Quando chegamos ao hotel fazenda, fomos recepcionados por um belo alvorecer que surgia entre as montanhas, formando uma divisória entre o azul da noite e o forte laranja-avermelhado do amanhecer.

Apesar de todos os contratempos, a viagem nos presenteou com muitas coisas para admirar e aproveitar. São detalhes que, no nosso agitado dia a dia, passam despercebidos. Detalhes que se não pararmos de vez em quando para observar, talvez não sejamos capazes de perceber o quão grande e belo pode ser este mundo.

- Termina aqui mais um dia comum na vida de Leona Hagebak -

2 comentários:

  1. Mais uma bela crônica, Mid-Chan! Parabéns!
    Seu texto me fez lembrar que boas recordações semelhantes a estas que tive no passado e me fez sentir saudades do interior de Minas!
    Abração.

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    Respostas
    1. Obrigado pela comentário, Fred ^^!

      Minas é incrível mesmo, né ^^?
      É engraçado que eu escrevi essa história me baseando em uma viagem para Minas XD!

      Abraços ^^/

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